Exposição ‘O Som das Matas’ conecta a beleza das aves e a preservação da natureza
Kaburé e Ecoavis marcaram presença na 21ª Semana de Museus, abordando a ecologia e a função terapêutica da observação de aves.
O International Council of Museums encoraja todos os membros da sociedade civil a se unirem e realizarem todo o potencial transformador que os museus têm para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar. Anualmente, desde 2020, o Dia Internacional dos Museus (18 de maio) apoia um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Em 2023, o tema disseminado pelo IBRAM e desenvolvido pelo Centro de Arte Popular, museu anfitrião da exposição, foi: Museus, Sustentabilidade e Bem-estar. Os ODS em foco são: saúde e bem-estar global, ação climática e Vida na Terra (3, 13 e 15). Neste ano, a exposição ‘O Som das Matas’, idealizada por Cláudia Rodrigues (Kaburé), se une a este movimento e engloba também imagens de fotógrafos associados à Ecoavis.
Cláudia é paisagista especialista em birdspcaping, fundadora da Kaburé, observadora de aves e fotógrafa de natureza. Conheceu o birdscaping (paisagismo para atração de aves) em 1994 nos Estados Unidos, onde fez uma formação com um dos precursores da prática. Ao voltar para o Brasil, passou a integrar grupos de observadores de aves e realizou projetos para grandes empresas como Votorantim, Águas do Treme e ArcelorMittal.
O paisagismo ornitológico tornou-se parte de sua jornada e ela continuou difundindo a importância dos jardins. Em 2006, iniciou sua participação no Avistar, Feira de Observadores de Aves, como uma das poucas observadoras que usava o digiscoping na época e, em 2008, ajudou a fundar a Ecoavis, organização na qual é a atual presidente. Atualmente, presta consultoria na área de birdscaping, realiza treinamentos, levantamentos, palestras e trilhas interpretativas.
A Ecoavis é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão estimular um maior contato com a natureza, por meio da prática da observação de aves, e incentiva sua inclusão na cultura da população, servindo como instrumento de difusão de conhecimento em prol da conservação da natureza. Promove passeios de observação, encontros temáticos, cursos, palestras e viagens para os membros associados. Foi fundada em 2008, em uma reunião no Parque Municipal das Mangabeiras, região sul de Belo Horizonte, por um grupo de profissionais de diversas áreas que tinham uma paixão em comum: passarinho.
A exposição foi inaugurada no dia 17 de maio e permaneceu aberta ao público até o dia 21 de maio, com fotos de Paula Seabra, Thiago Mafra, Lívia Rebehy e Cláudia Rodrigues. Visitantes também puderam ouvir os sons das aves por meio da gravação direta dos cantos de várias espécies, além de conferir a barraca camuflada para observação de aves nas matas, criada por Otacílio Silva.
“O Centro de Arte Popular é um espaço vivo e busca sempre trazer a arte que conecta. O Som das matas nos reconecta com a natureza e mostra a riqueza da nossa biodiversidade. São tantas aves que não conhecemos, tanto que perdemos sem o contato com a natureza. Os museus têm a sua função social, podem e devem estimular a sociedade a refletir sobre o mundo e o modo que o tratamos.
Angelina Gonçalves – Coordenadora do Centro de Arte Popular
No mesmo dia de abertura, a função terapêutica da observação de aves foi o tema de fechamento da mesa redonda REGENERAÇÃO, COMUNIDADES E PLANETA SAUDÁVEL, trazendo o #ODS3 e #ODS15 com o olhar de uma birdscaper. O Centro de Arte Popular (Circuito Liberdade), em parceria com a Conectidea, conectaram cultura, sustentabilidade e bem-estar, em sintonia com a Agenda 2030. Participaram da Mesa o Prof. Raimundo Soares, do Movimento Minas 2032; Cláudia Rodrigues – Presidente da Ecoavis / diretora da Kaburé; Julia Caldas – Diretora executiva da FUNDAMIG; e a mediação de Nanda Soares – Líder na Conectidea – Base criativa de transformação social.
Cláudia Rodrigues falou sobre o birdscaping e sua função regenerativa, com “projetos que recriam a beleza de espaços urbanos e transformam jardins em verdadeiros refúgios, onde se pode atrair aves, preservar e ouvir o som das matas.” Ela trouxe também a importância dos museus para registrar e acompanhar o desenvolvimento e impactos sobre espécies brasileiras. A comunidade Ecoavis esteve presente e enriqueceu o debate com histórias e entusiasmo.
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